• maio 26, 2025
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Pesquisadores em Mato Grosso, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapemat), estão investigando os efeitos medicinais do óleo extraído da castanha do baru no tratamento da doença de Alzheimer. A pesquisa busca avaliar o potencial do óleo como suplemento capaz de atenuar processos neurodegenerativos, especialmente os associados a inflamações no cérebro.

O estudo faz parte do edital FAPEMAT/CNPq 001/2022, do Programa de Apoio à Fixação de Jovens Doutores no Brasil, e é intitulado “Estudo do Efeito Neuroprotetor do Óleo de Baru (Dipteryx alata) em modelo da Doença de Alzheimer em camundongos”. Além de contribuir para o avanço científico, o projeto fortalece a formação de doutores no estado.

A castanha do baru, fruto do baruzeiro (Dipteryx alata), árvore nativa do Cerrado brasileiro, é rica em compostos com potencial terapêutico. Seu óleo contém uma alta concentração de ácidos graxos insaturados, como o ácido oleico (ômega-9) e o ácido linoleico (ômega-6), além de ácidos saturados como o palmítico e o esteárico. Essas substâncias são reconhecidas por seus benefícios à saúde cardiovascular, cerebral e metabólica.

O baru também é considerado um alimento funcional e tem ganhado espaço em áreas como gastronomia, nutrição e cosmética. Rico em minerais como zinco, ferro, magnésio e fósforo, além da vitamina E, o fruto apresenta propriedades antioxidantes que auxiliam no controle do colesterol, fortalecem o sistema imunológico e combatem os radicais livres. Seu nome, de origem indígena, significa “alimento que alegra”.

Na doença de Alzheimer, um dos principais alvos terapêuticos é a inflamação cerebral. Nessa condição, há aumento da enzima COX-2 (Ciclooxigenase-2), responsável por converter ácido araquidônico em prostaglandinas, substâncias associadas à dor, febre e inflamação. Também se observa elevação da iNOS (Óxido Nítrico Sintase Induzível), que produz óxido nítrico (NO), um composto que, em excesso, pode ser tóxico para os neurônios.

Com essa linha de investigação, os cientistas esperam contribuir com dados que reforcem o uso de produtos naturais, como o óleo de baru, no enfrentamento de doenças neurodegenerativas, aliando saberes tradicionais à inovação científica.

*Sob supervisão de Gene Lannes